sexta-feira, 28 de outubro de 2011

GUERRA À BASE DE SONHOS

O tempo passa, o sonho se esconde,
enquanto morre a esperança do estudante, que aos poucos consente.
E todos se perguntam onde.
Onde, dará essa luta, que, como o tempo, é insistente?

Pois todos aqueles que corriam juntos
agora se separavam de seus ideais e caíam distantes.
Seu propósito inicial se perdeu no fundo.
No fundo do poço, onde acabaram, lutadores e estudantes.

Para um dia caminhar lado a lado novamente,
deveriam buscar fundo na mente
a capacidade de resistir ao comando
de matar e morrer entoando,
um hino que não lhes pertence.
Pertence, sim, aos ternos e gravatas, ao dinheiro eminente.

Afinal tudo que conta é o dinheiro,
nesse país, onde o corriqueiro
é sacrificar sonhos por notas;
é comum limitar a liberdade com cotas;
onde o jovem que, cegamente, acredita em sua nação
se vê traído, e morto pelo canhão.



JOÃO PAULO PEREIRA RIBEIRO

VIOLÊNCIA URBANA


Vivemos, sem dúvidas, dias muito difíceis. A violência esta estampada em qualquer manchete de jornal, e é presença em quase todo assunto do cotidiano. Atualmente, tem envolvido, cada vez mais, a sociedade mundial. No Brasil, por exemplo, a violência vem gerando milhares de vítimas, o que tem deixado a população amedrontada. Em alguns casos, esse ato é praticado pela própria família da vítima, além de inúmeros outros ocorridos nas ruas.
A mídia geralmente, costuma falar muito sobre a violência urbana e muito sobre favelas. De forma abrupta, entope os jornais de desastres que ocorreram na semana; porém pouco fala dos fatores que nos conduziram a tal situação. No entanto, como cidadãos, temos o papel de buscar em outras mídias, de procurar saber o verdadeiro motivo da tão comentada violência urbana. Nesse sentido, podemos citar o crescimento urbano desordenado, que se amplificou com o processo do êxodo rural, ou seja, muitas pessoas de áreas rurais, vieram para as cidades em buscas de trabalho e melhores condições de vida. Porém, devido à falta de infra estrutura, acabaram tendo que se instalar em favelas e muitas vezes, se submeterem às péssimas qualidades de vida e de emprego, o que as torna cada vez mais próximas da violência. Isso desencadeia uma série de problemas sociais graves.
As conseqüências da violência são terríveis: o crescimento do tráfico de drogas, o aumento de crimes extremamente violentos, que começam por brigas familiares, de bar ou de trânsito; sem falar nos roubos que aumentam ainda mais o medo e a falta de liberdade dos cidadãos. A solução para a violência urbana não é aumentar o reforço policial como o governo já tentou fazer, mas sim, tentar conscientizar toda a população da importância que a ação conjunta de toda a sociedade tem no combate a tão terrível mal.

Juliane Machado - T.1103

DESABAFO !

Vou andando pela favela
E a arquitetura impressiona.
E é com a pobreza que eu vou de carona
Na comunidade, o social é uma zona

O que você recebe do político
Que nem tem senso critico.
Nós pagamos tanto imposto
E junto com o bonde de Santa Teresa
Recebemos só desgosto.

Nós queríamos boas escolas
E recebemos só esmolas;
Pedimos hospitais
E o que nos dão são só currais.

A liberdade lá em cima
Não tem limite,
E é com a minha rima
Que eu me mantenho longe do rebite .

Fui seduzido pela paixão combativa
Busquei alternativa
Não posso mais fugir
Lutar? Sempre!
Desistir? Nunca!
Esse é o meu lema

Profecias são profecias, parceiro.
Pergunta pro Barrichelo se os últimos são os primeiros.

Persistência sempre foi a minha marca,
O meu orgulho;
É muito bom ouvir barulho
Que ensine a caminhar

Lutar! Pra manter aquilo que foi conquistado
E sempre tentar mudar o Estado
Saindo de baixo
Sem esculacho.

Pare um pouco, reflita
Dê uma olhada
É mais uma corrupta absolvida
Semana passada.

O partido não é partido
Pois eles são bem unidos .
24 horas pensando
Como roubar,
Para o dinheiro dos oprimidos desfrutar.

E é junto com Afrika Bambataa,
A gente vai se expressando,
Com cada letra,
Com cada palavra.

O mês de junho foi marcado
Pelo protesto dos bombeiros, que foi rejeitado.
Eles só estavam atrás de seus direitos
Que foram negados pelo Cabral, animal !
Sim, esse maldito algoz,
Que só está lá por causa de nós

E eu espero ter tocado
O fundo do coração de cada um
O que nunca é muito comum.
Então mude, que quando a gente muda,
O mundo muda com a gente e vai
Sempre pra frente.
E nunca deixe de usar a sua mente


Vitor Ayres T. 1101

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

HERÓIS DA RESISTÊNCIA - Parte II



Aos nossos heróis, uma pequena lembrança do que foi o Festival de Poesia da Escola Modelar Cambaúba - 2011.





























quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CADA UM POR SI

Hoje em dia, boa parte da sociedade tem caráter individualista, e isto inclui o povo brasileiro. As pessoas só se importam consigo mesmas e tentam sempre fazer as coisas do modo mais vantajoso para elas, sem se importar com o resto. E este costume está tão inserido na nossa sociedade que pouco nos manifestamos em relação a isso.
O individualismo já faz parte do caráter das pessoas. Não raramente vemos alguém no trânsito dirigindo pelo acostamento para evitar um trecho engarrafado. Mesmo sendo um exemplo pouco "relevante", continua sendo prova do quanto as pessoas tentam se dar bem às custas das outras, até nas situações mais comuns, em que a vantagem delas seria mínima.
Um dos casos mais corriqueiros, que além de se encaixar perfeitamente nesta lógica do individualismo é um assunto conhecido, é a corrupção. Os políticos cobram impostos e taxas altíssimas sobre a população, mas ao invés de investirem este dinheiro nas áreas básicas da sociedade, eles gastam com projetos de menor prioridade que rendem mais lucro em menos tempo. A fraude é descoberta, divulgada, mas poucos realmente se comprometem com esta situação, e eles não são devidamente punidos (quando são punidos).
A grande intimidade com o assunto faz com que as pessoas tratem isso como algo normal e não tentem mudar a situação, sendo que algumas até chegam a agir igual. Se para elas não houve mudança, não se importam. A preocupação com o outro é extremamente necessária para a manutenção de uma sociedade mais justa e igualitária, sendo um dos pilares fundamentais para um bom sistema.
A mentalidade capitalista do mundo moderno é baseada na idéia de lucrar sempre que for possível. Isto é facilmente identificado quando refletimos e relacionamos a grande riqueza de países como os EUA e as frequentes epidemias de fome na África, por exemplo. A ganância e a competição induzem à pensamentos como "antes eu do que ele" e cada vez mais criam abismos nas diferenças socioeconômicas da população.
E é justamente o descaso com o próximo que vêm se manifestando muito atualmente. Como alguns sábios já diziam: "O ser humano é um ser social, e quando deixamos de pensar no bem do outro, aí perdemos nossa humanidade."


Giovanni Machado de Luca - T.1103

LIÇÃO DE VIDA

Areia fofa, céu estrelado, lua brilhante, mar cristalino. Uma tartaruga marinha acaba de sair de seu ninho junto com suas outras irmãs e imediatamente se veem atraídas pelo intenso brilho da Lua refletido no mar.
Embora já tivessem superado seus limites para que pudessem sair do buraco feito por sua mãe, as jovens tartarugas ainda têm que percorrer um longo caminho até o oceano.
O instinto de sobrevivência as guia, fazendo-as seguir em frente. Elas correm desesperadamente até o mar tentando, em alguns casos, em vão despistar os predadores que as esperam pelo caminho. Ao chegarem à água, já mais aliviadas, seguem seu curso, agora sozinhas pela imensidão azul.
Como ficar alheio a essa demonstração de determinação e luta pela vida? Essas recém nascidas, mesmo acabando de sair do ovo, já demonstram que são vencedoras.
Diante do mar e desses pequenos seres, eu aqui, cansado das demandas cotidianas, da rotina desgastante e sem sentido, da falta de projetos que me apaixonem, parei de pensar na minha vidinha sem graça para pensar na força da vida. Deixei de me lamentar pelos meus “grandes” problemas para acreditar em possíveis “pequenas” conquistas. A natureza é assim: ao mesmo tempo, frágil e forte, como nós podemos ser.

Henrique - 1101

A PIOR DAS VIOLÊNCIAS

Hoje, no Brasil, os crimes já se tornaram tão frequentes que alguns já os chamam de comuns. Violência urbana, tráfico, milícias, entre outros, já se encontram no dia a dia do brasileiro; mas, como tudo na vida, esses crimes também tem tanto suas causas quanto suas consequências. Não deveríamos pensar, como muitos fazem, que é normal assistir uma noticia que fala sobre um arrastão na Avenida Brasil; sobre um assalto a banco; sobre uma ação da polícia em favelas que resultou num tiroteio com muitos feridos e mortos. O que deveria acontecer é que nos mobilizemos contra a violência, seja a que vem da favela, seja a que vem da prefeitura, seja a que vem de uma fábrica.
"Qual será o motivo para todos esses problemas?" Essa é uma pergunta que todos sabemos as resposta. Nossos políticos cometem o pior crime possível, que mata aos poucos, sem que muitos percebam. Porém, mesmo assim, atinge a todos nós. Eles desviam o dinheiro de nossos impostos, e aquilo que deveria ir para um hospital vai para a renda do corrupto. A educação tornou-se tão fraca no Brasil, que uma grande parte dos estudantes não tem capacidade de passar para uma universidade sem a ajuda de um sistema de quotas. Isso se tentam entrar para alguma faculdade. Aqueles que conseguem desistem do curso antes de completá-lo. Sem capacidade, e algumas vezes até mesmo analfabetos, não encontram um emprego que possa sustentá-los. Com o tempo, essas pessoas sofrem, sentem fome, ficam doentes, não conseguem tratamento porque não tem dinheiro, o hospital público não tem infra estrutura para cuidar deles, que, com o tempo, morrem. Muitos perdem seus parentes para a milícia que invadiu sua comunidade, pelos traficantes que determinam as leis da favela, por uma bala perdida durante um tiroteio entre polícia e bandido. Mas tudo isso acontece sempre, porque um político corrupto que se recusou a dar àquela pessoa o que por direito era dela, esse é um dos mais hediondos crimes.
O que realmente deveríamos perguntar é: "Se sabemos a causa, porque não fazemos nada?". O brasileiro, assim como quase todas as populações, tem um problema que impede que reaja. Estamos acomodados. A classe média gasta muito de seu dinheiro para suprir o que lhe falta e assim, por ela própria conseguir reduzir seu sofrimento, acaba por não precisar mais se mexer e nada faz contra. Já os mais pobres, que não têm como acabar com suas demandas, são incentivados a nada fazer a respeito, pela alienação que as péssimas escolas e a mídia lhes provém. Há também o assistencialismo que, aparentemente, diminui as necessidades desses indivíduos, mas que por ouro lado nada adianta. Se continuarmos a negligenciar essas atitudes e não nos comovermos e nos mobilizarmos por um Brasil menos corrupto, a tendência é que essa violência e corrupção continuem se alastrando e levando com elas mais pobreza, mais miséria e mais deficiências.

Felipe Tadeu Cardoso Fallet - T. 1103

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CORRUPÇÃO

O que é a corrupção? Será que realmente sabemos, ou apenas olhamos para aqueles grandes corruptos que já estão há séculos no Planalto central,nas Prefeituras... Talvez vocês conheçam aqueles que eu também conheço; mas, se eu ficasse aqui para dizer os nomes de todos os corruptos que conhecemos, não iria dormir por um dia ou mais.

Será que não somos nós os reais corruptos? Para mim, há, pelo menos dois tipos de pessoas corruptas. Aquelas que burlam a política e as que dão a ‘’molhadinha na mão’’ de um policial, seja ele militar, federal ou civil, por ter sido pego infringindo alguma lei. Coisas que alguns pensariam e pensam que são bobas e/ou ridículas. Porém esse tipo de atitude não passa de corrupção. Podemos pensar que não foi nada de mais, que nem se compara aos grandes desvios de dinheiro público praticados por políticos. Dinheiro esse que vai parar numa conta de algum paraíso fiscal. Agora eu afirmo: corrupção é corrupção e não invente meias palavras para isso. Ponto final.

Há ainda outro modo de corrupção. É aquela em que o cidadão vê, com seus próprios olhos, que há algo errado, mas não se mexe para melhorar. Um exemplo disso é a grande vergonha que estão sendo as obras do Maracanã. Aqui mesmo, em nossa cidade. Um bilhão de reais. Informação que foi disponibilizada pela mídia há pouco tempo. Os operários, que pegam no trabalho pesado no mais novo esqueleto da cidade, agiram corretamente ao cruzarem os braços. Não estava, tendo condições mínimas de trabalho nem alimentação adequada, muito menos acesso ao vale transporte. Diante dessas pífias condições de trabalho, somadas ao gigante salário mínimo que todos nós conhecemos,, não aceitaram a situação e se rebelaram. Entraram em greve e começaram a lutar por condições de trabalho melhores. E não sei se todos ficaram sabendo, mas o governo, depois de ficar de saco cheio com esses operários, foi à Justiça e conseguiu uma liminar, que determinou que esses trabalhadores deveriam voltar imediatamente ao trabalho sem mais delongas, discussões e argumentações.Essas pessoas, não conseguiram o que queriam, mas pelo menos lutaram por isso.

Outro exemplo gritante é o Mausoléu da Música, que está localizado na Barra da Tijuca. Mais quinhentos milhões de reais foram para o lixo, literalmente. As obras estão paradas, os equipamentos e materiais de construção jogados pela área, e a mídia se esqueceu de mostrar que no meio da Barra, há um velho esqueleto que só deixa a nossa cidade mais feia.

Por essas e outras, nós deveríamos considerar esses exemplos para cobrar mais seriedade dos políticos em quem votamos. Não basta apenas olhar e dizer para o seu amigo: ‘’Pô, será que vamos ver um jogo no “Maraca” ano que vem?’’

Façam, ao invés de apenas falar. Saiam de casa e tomem uma atitude. Basta procurar no Google, que acharemos várias passeatas e muitas outras formas de ajudar a botar ordem na casa.
Eu sou uma dessas pessoas. Olho para meu amigo do lado e falo sobre o Maracanã. Depois volto a falar do novo jogo, do mais novo videogame, lançado no mais novo festival de games dos Estados Unidos. Saber o que eu deveria fazer? Claro que sei. Mas parece que a corrupção é algo tão comum nas nossas vidas que ela simplesmente passa na frente da nossa casa e a convidamos para entrar e tomar um cafezinho.

Eu me encaixo perfeitamente numa filosofia que todos conhecem, e que diz o seguinte:

‘’ Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!’’


Guylherme Carvalho - T. 1103

GERAÇÃO DOS ESQUECIDOS



Luz. Sol. As mesmas pessoas passam por esta rua.
E todos os dias, estou aqui. Mas sou invisível.
Ninguém vê. Ninguém se importa.

Noite. Escuridão. Trevas. Ainda estou aqui.
Fujo dos meus sonhos.
Só me trazem as memórias que deveriam ser perdidas.

Não tenho metas, motivos, sonhos.
Perdi o que tinha, perdi o amor.
O mundo perdeu a razão.

Dizem que vivemos num mundo melhor.
Onde está esse mundo que não vejo?
Talvez em outra rua, em outra esquina desolada,
Outro como eu pense o mesmo.
Todas as ruas desta cidade, são iguais para mim.

Porque é tão difícil encontrar alguém que se importe, alguém que saiba ver?
Enquanto se torna tão fácil encontrar a repulsa emaranhada nos olhares?

Há outros como eu. Perdidos nas ruas do desespero.
Sem nada. Sem pertencer a lugar algum.
Dormindo nas esquinas das ruas. Perdendo a razão e o motivo para crer.
Mas ninguém vê. Ninguém se importa.


Manuela Vieira - T. 1103

QUE PAÍS É ESSE?

Qual seria o lugar perfeito para se viver? Um lugar sem violência, sem guerras, catástrofes ou poluição? Ttalvez. É claro que um lugar como esse não existe, nunca ouvi falar. Sei que o meu país está bem longe de ser como esse lugar perfeito.

O Brasil tem muitas qualidades: uma cultura diversificada, paisagens maravilhosas, que, infelizmente, não são conservadas; o samba como trilha sonora e o dégradé das cores dos nativos apaixonados. Cada brasileiro é diferente, cada um tem sua cor, sua raça, seus valores e é essa diferença que nos torna especiais, românticos e adorados em todo o mundo.

Após serem citadas tantas qualidades, é difícil pensar que haja algum defeito nesse provável paraíso. Infelizmente, existem muitos! Nem todos os brasileiros são verdadeiros cidadãos e isso se reflete na política, na segregação social, no preconceito e na marginalização. Que país é esse? Esse não é o Brasil que todos no mundo falam. A grande verdade é que o meu país é mascarado assim como seus bandidos. Mostra-se como paraíso para turistas, enquanto parte da sua população sofre na miséria e na desordem.

Como pode haver preconceito em um país formado pela miscigenação? Poluição diante de paisagens tão únicas? Ou violência em um lugar tão amado?

Problemas são inevitáveis, mas podem ser resolvidos. Nós, cidadãos, temos que lutar juntos por um país melhor, por um futuro digno para nossos filhos, netos e todos os próximos brasileiros que virão. Não há tempo a perder. A luta contra a corrupção, a violência, a discriminação, a fome, a falta de hospitais e escolas dignas de um povo tão maravilhoso, deve começar já! Está na hora de demonstrarmos o verdadeiro sangue brasileiro que corre em nossas veias, o sangue verde e amarelo que determina nossa identidade, a nossa cara.

“Brasil, mostra a sua cara”!

Brasileiros, vamos começar a tomar conta do nosso lar, da nossa nação, do nosso futuro. Merecemos um paraíso e está em nossas mãos miscigenadas a chave desse paraíso.


Luciana Carvalho de Moraes - T. 1102

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

HUMILDADE





Um riacho, pedras ao redor, o som do vento e somente do vento. Ao alto, e com todo seu esplendor, a girafa. Belas manchas no corpo, estrutura óssea perfeita, um belo animal. No meio da savana se encontra ela, nos andares mais altos.
Todos os dias ela se levanta e assiste a todos por cima. É a maior e, através da hierarquia do mundo, ela se impõe como mais forte. A mais avantajada. Sempre comendo a melhor fruta. A fruta mais alta. Certamente ela se aproveitará disso.
Uma cidade, buzinas a todo vapor e pessoas transitando. E na cobertura do prédio mais alto, ele acorda. Toma seu luxuoso café da manhã. Tira o roupão e toma um banho quente. Entra no seu moderníssimo carro, Na cidade onde mora, ele é um dos poucos que o possuem.
Sempre soube que era rico. Sempre acreditou que dinheiro é sinônimo de poder. Tinha todos a seu favor, pois era o chefe, o patrão. E por ter esse poder todo, nunca deu o braço a torcer, ou jamais ajudou alguém; pois pensava que nunca precisaria. Até o dia em que sua empresa faliu.
É a grande empresa faliu. Acabou. E o cara que sempre comeu a fruta mais alta, a melhor fruta, sentiu sede. Seja humilde, respeite. Pois até mesmo a girafa com toda sua vantagem e altura tem que descer aos andares mais baixos para beber da mesma água que bebem os menores animais.

Igor von Adamovich – T. 1102.

O ESTRANHO PERCEBER

Desde muito tempo atrás, ou melhor, desde que habitamos o mundo, conhecemos algo muito injusto e ao mesmo tempo tão humano que é a capacidade que temos de dar determinada opinião sobre alguma característica do outro que nos pareça incomum, desprezível ou diferente.

Em muitas das vezes, fazemos maus julgamentos, descriminamos e até acusamos. Mas a questão é: se defeito é algo humano e se cada um de nós tem o seu, por que está se tornando comum algo tão questionado e causador de tantos problemas? Estou me referindo ao bullying.

O fato é que essa ‘’nossa capacidade’’ de julgamento sobre o outro, torna-se prejudicial quando a exteriorizamos de forma errada, não aceitando que todos nós sejamos diferentes. Não vemos que é isso que torna a vida interessante.

Já imaginou o mesmo lugar sempre, com as pessoas também iguais em tudo; o mesmo credo; a mesma raça; a mesma forma de agir e pensar? O mundo seria tão sem graça e tão monótono...

Claro que, como somos de fato diferentes, nem sempre concordamos com a atitude ou qualquer outra característica do outro. Isso varia com os valores de cada um, obviamente. Mas discordar não é desrespeitar. A questão é que quando o homem perceber que o que realmente importa é discordar respeitando, para poder ser respeitado, um dia, teremos a paz entre os homens e as diferentes nações.

Ser diferente não é diferente, nem errado; pois são as nossas diferenças que movem o mundo.

Ana Gabriela ? - T. 110?

MATANDO SEM MOTIVO

Hoje, a sociedade está rodeada de pessoas que matam umas às outras. Matam por diversos motivos: dinheiro, poder e até mesmo drogas. Existem também aqueles que matam só por matar, eu diria que até mesmo por diversão. Em nosso país, existem várias e várias pessoas que matam pelos diversos motivos citados.

Mas a “arte de matar” não é atual. Desde muito tempo atrás, já existiam inclusive “matadores profissionais”, que executavam pessoas a mando de outras, na maioria das vezes para ganhar dinheiro, ou algo em troca. Hoje não é diferente, só “trocaram os nomes dos bois”, e sua quantidade. A guerra é um exemplo claro disso. Conflitos diplomáticos levam a uma guerra, onde milhares e milhares de pessoas são mortas, e o pior: muitas delas nem estão envolvidas.

É, no mínimo, triste chegar em casa, ligar a TV, e assistir às atrocidades que os homens cometem.São tantas as mortes, tantas são as pessoas envolvidas com esse tipo de crime... Sem dúvida, se continuar assim, os jornais sempre terão matérias novas todos os dias.

Mas, ao contrário do que pensamos, não são só “os moradores da favela, marginalizados” que matam. Esse é, inclusive, uma visão um tanto preconceituosa. Os policiais também são boa parte do time de assassinos que matam por matar. É claro que não são todos, mas existem aqueles policiais que matam aleatoriamente, e cometem ilegalidades com pessoas pelo puro e inexplicável prazer de matar.

A corrupção e a pobreza também influenciam no número de mortes. A corrupção no país gera uma grande pobreza entre seu povo. Essa pobreza gera famílias inteiras sem casa para morar, e as reduz à opção da criminalidade. E essas pessoas tornam-se bandidos que podem matar alguém apenas para conseguir o dinheiro da comida e do sustento de sua família. Aí surge a pergunta: “Quem são os verdadeiros assassinos: os bandidos da favela, ou os políticos de Brasília?

Aí, cabe a reflexão de cada um.


João Matheus - T. 1102

NOVAMENTE DITADURA ?

É impressionante o direito que as grandes, ou pelo menos, as ricas empresas de comunicação acham que têm, de controlar toda a informação que chega a população.

Nós temos que ter acesso a todos os lados da história, todos os dados, desde o começo, meio e fim.
A imprensa atualmente manipula e usufrui do poder aquisitivo para proibir, liberar, permitir (ou não) qualquer tipo de textos ou imagens que chegam à população. Então esse fato nos faz pensar num conceito sociológico que é a isonomia, onde os homens estão sujeitos às mesmas leis e normas, sem exceção. Porém no Brasil, especificamente, isso não ocorre, pois os mais favorecidos economicamente, não julgando a honestidade da origem do dinheiro, usam desse “status” para interferir, com suborno, nos caminhos da formação da sociedade.

É importante que busquemos outras fontes de informação, que pesquisemos, que abramos os olhos, porque se não for assim, voltaremos à censura de uma ditadura. Só que agora, global.


Carolina Mazarakis – T. 1102

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Palavras do Rooseveltt

Essas palavras me chegaram sob a forma de comentário. Eu achei q elas devem aparecer como postagem para que tenham maior visibilidade; pois a gratidão e o reconhecimento do esforço em conjunto sempre são bem-vindos.


Catarina,

Antes de mais nada, gostaria de agradecer este maravilhoso texto que, com carinho, sintetiza aquela noite. Mas gostaria de salientar que “O CARTEIRO E O POETA” apresentado ali foi uma obra coletiva, numa tentativa de colocar em prática Paulo Freire, educador que reivindicamos como modelo de educação para transformação.
Neste sentido , devemos dar crédito a imprescindíveis amigos: ao pessoal da limpeza, que não raro, saiu depois da hora para que pudéssemos ensaiar; aos inspetores, que ajudarama administrar o caos nas tardes de ensaios; ao pessoal da tecnologia da informação, que nos ajudou a montar a estrutura; à Daiene da biblioteca, que montou todos os slides e, incansavelmente, esteve conosco em todas as horas e agora já é membro permanente do projeto; aos professores Anderson e Rodrigo (Português e Música), que foram a vários ensaios e abrilhantaram com sua dicas e marcações; à professora Cristina Belcastro, que ajudou num dos ensaios e acreditou nesta aventura, podendo realizar a idéia de mudança no formato do festival; a você, que começou isto tudo, comprando a briga com o tema do festival; e à minha companheira, Patrícia, parceira na profissão e na vida e que montou toda essa estrutura, em especial as danças do 3º ato. Sem contar, é claro, com os imprescindíveis alunos, que, mais que atuar, estão ganhos para a possibilidade da construção de um novo mundo que, necessar5iamente, perpassa pela educação.
Beijos e muito obrigado pelo carinho. Aqui fica o chamado para novas parcerias, uma vez que temos em comum a paixão pelas artes.

Rooseveltt

domingo, 9 de outubro de 2011

QUE BRASIL É ESSE?


Num país que têm vastas terras,

Por que tem gente passando fome?

Fome, palavra imposta de cima para baixo,

Dos comandantes para os comandados,

Dos poderosos para os oprimidos,

Dos latifundiários para os trabalhadores do campo.

Brasil, será mesmo um país de todos?

Todos que lutam por direitos,

Ou todos que lutam por dinheiro?

Deveríamos todos juntos,

Brasileiros e brasileiras

Lutar para acabar com essa rede,

Rede de políticos,

Vigaristas,

Lacaios,

Corruptos,

Pilantras,

Que só vêem a si próprio e esquecem,

Que o futuro da Nação,

Não está em suas mãos,

E sim nas nossas mãos,

Então, preste atenção,

Não seja apolítico, não!

Vem, vamos juntos lutar pelos nossos direitos,

Direitos esses que tem o peso de uma vida,

Vamos juntos BRASIL!

Bruno Lara São Martinho Carreiro da Silva T.1102



A FALTA QUE A FALTA FAZ


A noite já tinha acabado. Era dia, ele acorda ás sete. Tira o pijama, toma seu banho e põe seu uniforme de trabalho. Dá aquele básico nó na gravata, olha-se no espelho e vai para o trabalho. O mesmo trabalho, com o mesmo salário para um único fim: aposentadoria. Volta para casa em seu carro japonês de três anos de garantia. Nunca chega ao limite do cartão, é casado com a primeira namorada e nunca dorme depois das dez. Acordou. Tirou seu pijama, tomou banho e concluiu o resto da rotina. Porém ao se olhar no espelho saiu do mundo por um segundo e pensou no porquê daquela rotineira vida. Questionou-se sobre o porquê da prudência, do dever. Mudar o mundo? Claro, esta seria uma resposta.
Mas ele estava confuso, o normal já era certo. E o incerto daria trabalho. E pra que mudar o todo, se já estava feito? Ele achava que seria só mais um. Já que a prudência o levou a essa conclusão, voltou à realidade.

Terminou o nó na gravata e seguiu sua rotina. Nunca mais sentiria falta de um mundo novo, pois aquele já estava ali. Trabalho casa, casa trabalho. Trabalho, casa...

Era mais cômodo.




Igor von Adamovich T. 1102

CEGOS

Lembrei-me dia desses, de algumas viagens que fiz e, quando fui olhar as fotos, encontrei uma que me chamou bastante a atenção e que talvez na época em que foi tirada, tenha passado despercebida. A foto era fantástica, ainda mais para nós, que somos apaixonados pelos animais: um pingüim, curioso e encantado, contemplava a própria imagem refletida na água.



Talvez nesse momento você se pergunte, e o que tem demais nisso? Eu me olho no espelho todos os dias e não vejo nada demais. Pois é, é ai que eu pretendia chegar. Hoje em dia, estamos tão ocupados, tão preocupados em ganhar dinheiro, em resolver problemas, que não damos valor às coisas mais simples da vida, que muitas vezes são não só importantes, como também são fundamentais.



Nós, humanos, seres tão inteligentes, tão perfeitos, capazes de raciocinar, de fazer cálculos matemáticos inacreditáveis, capazes de julgar o certo e o errado, de adaptarmos a natureza a nós, ao invés de nos adaptarmos a ela, somos incapazes de olhar para o próprio reflexo e enxergar mais que um par de olhos, uma boca... Passamos rapidamente pelo espelho, vemos se o cabelo está arrumado, se a maquiagem está boa, e só... Não vemos nossas vitórias, tampouco nossos erros, não percebemos que estamos envelhecendo mais a cada dia e, enquanto o tempo passa, deixamos as coisas simples de lado, até percebermos o quanto eram importantes.



Já os animais, que consideramos irracionais, inferiores a raça humana, fazem com a perfeição característica da natureza, o que é tão raro para nós, passam longos e preciosos minutos olhando para seu próprio reflexo , analisando, observando... Enquanto isso, nós nos tornamos cada vez mais cegos, a ponto de enxergarmos apenas aquilo que nossos olhos podem ver.



Ana Carolina Costa - T. 1103

NENHUM SER HUMANO É ILEGAL

Em 2007, Estados Unidos, Inglaterra e Japão estavam no ranking dos países mais desenvolvidos. As economias mais bem sucedidas pertencem a países europeus e aos da América do Norte. As principais transnacionais do Globo têm como donos majoritários franceses, espanhóis, japoneses e norte-americanos.


Enquanto isso, africanos e latino- americanos têm grande parte da sua população abaixo do nível da pobreza. Até a Primeira Guerra Mundial, apenas dois países africanos eram independentes. A grande maioria era colônia de exploração de franceses, ingleses e portugueses. Explorados e exploradores ainda acentuam as exorbitantes disparidades socioeconômicas. As metrópoles enriqueceram a custa das colônias. Os países desenvolvidos enriquecem a custo dos países subdesenvolvidos.


A exploração proposta pelo mercantilismo deixou cicatrizes profundas. As colônias receberam um novo nome: países subdesenvolvidos. Mesmo com a independência, continuam sofrendo influência das antigas metrópoles. Hoje, chamados países desenvolvidos. A xenofobia corresponde à fobia ou medo de tudo aquilo que é estrangeiro, ou o que vem de fora. O que conhecemos é a xenofobia social, que é o preconceito econômico, racial ou cultural. A xenofobia é oriunda principalmente de países desenvolvidos. Uma vez que, nativos não querem disputar vagas com imigrantes e acreditam que esses diminuem a qualidade de vida de seu país, causando desemprego e criminalidade. Entretanto, a população dos países subdesenvolvidos migra para os países que lhes proporcionem uma melhora na qualidade de vida.


A mão-de-obra da população de países subdesenvolvidos é mais barata. Por isso, seja através de transnacionais ou empregando estrangeiros é, na maior parte das vezes, benéfico ser patrão dos povos de países subdesenvolvidos.


Sendo assim, a população dos países subdesenvolvidos “rouba” o emprego da população dos desenvolvidos . Logo, muitas vezes, são vítimas de violência, xingamento e tem suas casas queimadas. Tudo isso porque foram submetidos à desigualdade e tiveram que sair de seus países.


Tornam-se, então, clandestinos e continuam vivendo de forma precária. Muitas vezes, não têm nem documentação. Mas, assim como todos nós, querem apenas ser reconhecidos como seres humanos, inclusive quando são considerados estrangeiros. Por isso, imigrantes gritaram nas ruas de Barcelona: “Nenhum ser humano é ilegal!”.


Não cabe a ninguém julgar o sofrimento daqueles que têm que deixar o seu país de origem.


Não cabe a ninguém julgar aqueles que lutam para terem empregos em seu próprio país.


Mas, deveria ser dever de todos refletir.


Afinal, devemos lutar contra a xenofobia ou a favor da igualdade socioeconômica em toda a Terra?



Amanda Reis - T. 1103

APRENDENDO COM UM PINGUIM

Dia desses, já entediado de tanto esperar para ser atendido pela médica, abri uma dessas revistas sobre o mundo animal que sempre estão presentes ao lado do sofá da sala de espera. Meu dia não foi dos melhores, não estava satisfeito comigo mesmo, tinha brigado com minha mulher e meu patrão tinha me dado uma bronca ‘daquelas’. Ele disse que não agüentava mais meus atrasos. Por que raios eu não consigo acordar, mesmo após o despertador tocar quatro vezes?
Eis que, na revista, me deparo com a imagem de um pinguinzinho, olhando para água. Ele parecia chocado com o que via. Imagino o que se passou na cabeça dele ao ver seu reflexo na água. Pinguins, ele já tinha visto vários. Não acho que ele estaria tão fissurado só por ver mais um de sua espécie. A impressão que eu tive foi a de que ele estava admirado com o que via. Meu nome foi chamado para ser atendido. Sorte a minha, parei de ficar delirando com fotos da revista de animais.
Chegando em casa depois desse dia tão cansativo, deixei minha chave na prateleira em frente à porta, tirei meu traje formal, tomei banho e finalmente pus minha confortável samba-canção. Peguei o barbeador para tirar aquela maldita barba que eu não sabia como crescia tão rápido. Mas quando me olhei no espelho, acho que me vi de uma forma diferente. Não parecia que eu estava me vendo. Sim, era um homem com cara de cansado, mas que achei tão bonito... Isso me lembrou o pequeno animal que vi na revista, comecei a reparar em mim, como ele fez ao olhar-se na água. Tentei enxergar minhas características positivas, e me avaliar dos pés à cabeça, de aparência e de pessoa, mas com os olhos de quem quer enxergar algo belo no que vê. Nossa! Há quanto tempo eu não fazia isso. Eu acho que no período de um ano, no mínimo, essa foi a primeira vez que me senti tão bem comigo mesmo. A rotina tinha me feito esquecer que além de João Pedro, designer de 26 anos, eu também sou voluntario no hospital de crianças com câncer. Ela me fez esquecer do meu ótimo gosto musical - modéstia a parte. Como prova, a coleção de cd dos Beatles que eu tinha na prateleira da sala com os dois discos raros de vinil que consegui comprar após muito esforço rodando a cidade. Tinha esquecido que meus olhos são claros e que sou alto. Não lembrava de todas as bobagens que fiz com meus amigos quando eu era moleque. Não lembrava do ser magnífico que eu era.



Minha mulher, que já estava dormindo apesar de serem nove e meia da noite, quase acordou com o grito de felicidade que eu dei. Eu havia me reencontrado.
Você, caro leitor, por que não tenta você fazer como eu fiz? Por que não tenta fazer o mesmo que o pinguim? Tente ver em você, não os defeitos apontados pelo seu chefe e pelos colegas do trabalho que implicam com você, mas sim as qualidades daquele filho magnífico que sua mãe tanto se orgulha de ter.





Bernardo Moraes - T. 1103



E A TAL LIBERDADE DE EXPRESSÃO?

Era uma vez uma lei. Nela estava contida a liberdade de expressão para “qualquer cidadão brasileiro”. Sim, ela realmente está na Constituição Brasileira, mas não é aplicada como deveria. Todos nós, temos por direito a liberdade de falar o que quisermos. Mas esqueceram de explicar que essa liberdade deveria ser livre de julgamentos.
Ser diferente e ter opinião diferente dos demais é importante. Se não houvesse a discordância, muitas perguntas estariam apenas nas cabeças das pessoas como os filósofos e os cientistas. Discorde, pergunte, diga sua opinião, mas sem perder os bons modos, aliás, respeito é muito importante em qualquer situação.
Às vezes, nos calamos quando não deveríamos nos calar, fazemos pouco caso dos nossos pensamentos, enquanto eles podem mudar o mundo. Questione aqueles que não têm opinião própria e seguem aqueles que dizem saber a verdade. Eles fazem-se de intelectuais para convencer aqueles que julgam ser alienados e que estão cegos pela mídia e pela imprensa imperialista.
Faça de você, uma pessoa interessante de ser estudada por eles. Nunca mude sua opinião e siga com ela até o final se ela for realmente verdadeira. Brigue por ela, porque uma hora ela será ouvida pelos outros. Mude o mundo se quiser, pire se quiser, mas sempre seja você mesmo, nunca se deixe levar pelos outros que nunca vão lhe acrescentar nada.



Aluna: Caroline Oliveira Gomes – T. 1103





BRASILEIRO É CONTRADITÓRIO

Em nosso país, uma das maiores reclamações da população é por conta dos políticos corruptos. Mas um dia desses, parei pra pensar e cheguei a conclusão de que o brasileiro não tem a menor moral para falar de tais criaturas. Tudo bem que nós devemos sempre reivindicar os nossos direitos e querer que tais pessoas não governem por nós. Mas, primeiro, devemos mudar os nossos hábitos, para depois reclamarmos com os vizinhos que quem está no Senado não presta e nos rouba.
Os brasileiros, não todos, também são muito corruptos. Basta serem parados pelo guarda de trânsito para corromper. Basta estar falando de um filho ou de uma mãe, por exemplo, que se mostra corrupto e quer passar a vez na fila de doação de órgãos. Basta mexer com seus interesses para que se apresente capaz de se vender, por dinheiro ou até mesmo por uma coisa banal, mesmo que dela não tivesse necessidade.
Nos tempos de hoje, o normal é se corromper e reclamar da corrupção desses tais políticos. É sempre algo totalmente contraditório. Afinal, por que reclamar da corrupção alheia, se a própria pessoa se corrompe? Certas coisas da vida não têm resposta direta, é preciso serem pensadas e analisadas.
A nossa sociedade, se for pra analisar devidamente, é realmente errada e contraditória. Todos reclamam da falta de educação do nosso país. Alguém sai às ruas para reclamar de alguma coisa? Todos reclamam que existem muitas crianças nas ruas que deveriam ser adotadas. Nem todos as adotam. Falam e falam apenas. Reclamam também que tem muita gente com fome no nosso país; porém uma minoria que se prontifica a ajudar tais pessoas.
Já desisti de entender o brasileiro, porque, afinal, todos somos assim. Mas espero que essa população se conscientize um dia e resolva mudar. Me incluo nisso também. Acho que são raríssimas as exceções. Então só digo uma coisa: o brasileiro é realmente contraditório.

Gabriele Jardim – T. 1103

sábado, 8 de outubro de 2011

Daqui em diante, pouco atuarei como escritora nesse blog. Ele é de vocês, alunos do 1º ano. Estava esperando uma motivação para dar o pontapé inicial nesse trabalho que já começa com vários textos que me vêm sendo entregues desde o dia 5 de setembro. Ontem, essa motivação apareceu. O Festival de Poesia da Escola Modelar Cambaúba me proporcionou um dos melhores momentos como educadora e formadora de jovens cidadãos.
Grande parte dessa emoção me foi causada pelos donos do blog, que agora estão desfrutando, muito merecidamente, de uma passeio à cidade de São Paulo. Fico imaginando o rostinho de cada um diante de tudo o que estão vendo por lá: o Museu do Futebol, o Parque do Ibirapuera, O MASP, O Memorial da América Latina e o Museu da Língua Portuguesa. Que vontade de estar em Sampa com vocês.
Mas foi exatamente por não ir, que tive tempo para abrir nosso blog! Aqui, discutiremos cidadania e outras questões importantes da nossa vida! Este espaço foi idealizado para a polêmica, para os questionamentos e para o debate. Portanto polemizem, questionem, discutam e debatam.

Sejam bem-vindos e mãos à obra!

Catarina Schumann

HERÓIS DA RESISTÊNCIA

OS HERÓIS DA RESISTÊNCIA

Há homens que lutam um dia, e são bons.
Há outros que lutam um ano, e são melhores.
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons.
Porém há os que lutam toda a vida;
Estes são os imprescindíveis.
(Bertold Bretch)


Três e meia da tarde. Saio de casa. Hoje é uma sexta-feira, que como qualquer outra sexta-feira, encontra-se engarrafada de Botafogo à Ilha do Governador.
Cinco horas em ponto. Chego à escola e encontro um ambiente caótico na quadra, onde se misturam professores, alunos, técnicos de som, músicos e muitos curiosos. No centro do palco, avisto um Roosevelt, visivelmente nervoso, mas comandando o “sanatório geral” com a segurança de sempre. Ao mesmo tempo em que a banda ensaia a canção do Vandré, as meninas do sapateado tentam harmonizar mais ainda o seu número. Abaixo do palco, do nada, uma bailarina dança a nenhum som, o que viria a ser um dos momentos mais líricos da noite. Ao meu lado, ainda em cima do palco, dois alunos dizem seus textos. Olho e identifico os dois; são o Carteiro e o Poeta. Lá em baixo, no meio da quadra, aparece a Patrícia. Linda, descabelada, de olhos brilhantes, organizando o figurino de mais um grupo de alunas.
Seis horas. Saio dali bastante preocupada com o caos que reina na quadra da escola. Recolho os meus alunos do terceiro ano; ali, seria impossível ensaiar a apresentação do Festival de Poesia. Subo as escadas para a nossa salinha de aula, pensando que poderemos estar à beira de protagonizarmos um grande fiasco. Lá em cima, constato um problema: nem todos os alunos do terceiro ano poderão vir. Prontamente, a meninada que já havia chegado trata de entrar em contato com os colegas ausentes para terem certeza de quem viria realmente. Em seguida, eles mesmos remanejam os papéis e vão se responsabilizando pelas falas dos faltosos. Nesse momento, quando o desânimo começava a me atacar, alguma coisa me diz lá no fundo: “Vai dar certo! Eles vão brilhar”!
Sete e meia da noite. Desço com meu terceiro ano. Todos estão compenetrados em sua tradicional tarefa de apresentar o festival. Encontro uma quadra lotada de convidados: os pais, os alunos, os poetas, os jurados, a Maria Mazelo, os professores. Uma aluna, me olha nervosa e me diz que está sentindo o tal frio na barriga. Eu a acalmo, mas nada nem ninguém pode me acalmar nessa hora. Nem eu quero. A adrenalina é muita, e a sensação é intensa e maravilhosa. Escondo-me com meus alunos atrás do palco e tento descontraí-los e relaxá-los. Acho que consegui. Volto à quadra e sento no meu posto com o pessoal da técnica. O festival vai começar.
Oito horas da noite. Vera, nossa diretora, sobe ao palco e declara aberto o 27º Festival de Poesia da Escola Modelar Cambaúba, e aí a magia se faz. A primeira atração da noite já começa a anunciar que ninguém vai fazer feio. O coral dos pequeninos é abrilhantado pela participação da professora Paz Helena. Que lindo! As vozes doces das crianças, comandadas pelo professor de canto e combinadas com a da professora nos levam para o Nordeste do Brasil e nos mostram a desigualdade social. Logo em seguida, o grande presente da noite: O CARTEIRO E O POETA, numa releitura do professor Roosevelt. Meu Deus! O que foi aquilo? Uma sequência de cenas e de interpretações que nos deixam emocionados e surpresos com o talento da garotada. Uma bicicleta cruza a quadra diversas vezes e, a cada vez que isso acontece, traz com ela mais um poeta. As artes latina e americana ganham destaque neste festival, e três Pablos são homenageados: Neruda, Casals e Picasso. Poesia, música e pintura! Nas três, o grito em defesa dos que sofrem. Nossos poetas também não são esquecidos. Vinicius, João Cabral, Ferreira Gular e Chico Buarque ganham destaque nesta noite. Inesquecíveis são os Severinos de Maria; as sapateadoras que transformam Carmem, de Bizet , num delicioso exercício de sincronismo, que perpassou do passo doble ao samba no pé; a exibição da animação premiada VIDA DE MARIA; o violoncelista e o flautista, profissionais que arrasam ao executarem Villa Lobos; a bailarina suave e leve; os atores que interpretam o carteiro e os poetas; a banda dos meninos que acompanha o canto emocionado de todo o elenco. Durante o decorrer das cenas, lágrimas teimosas, surgem nos olhos dos professores de Português, Literatura, Redação, Inglês e Espanhol; conseqüência da sensação de dever cumprido. O terceiro ano aparece no palco trazendo a ousadia do RAP. Esses nossos apresentadores resistem bravamente às agruras de um único microfone para todo o grupo ao longo de todas as suas entradas. A eles, os meus parabéns e o meu agradecimento sincero. A noite finaliza com as premiações muito merecidas dos poemas concorrentes. Aos jovens poetas da Cambaúba, nossos parabéns!
Onze horas da noite. Lá vou eu, cruzando de volta a Linha Vermelha. Esqueço o perigo por estar sozinha e sigo em frente, totalmente entregue às lembranças da noite e, principalmente, às cenas de O CARTEIRO E O POETA. Corto o Rebouças e descortino a belíssima vista da Lagoa Rodrigo de Freitas que me traz uma conclusão. Não há como negar: o brilho da apresentação do 27º Festival de Poesia se deve em grande parte a dois grandes profissionais da casa: Roosevelt e Patrícia. Unidos na profissão e na vida, eles aproveitaram a oportunidade que lhes foi dada. E com suas matérias, fizeram parte efetiva do evento. Foi assim que transferiram para os alunos toda a garra e todo o amor que só os imprescindíveis sabem ter.

Catarina Schumann